Tema 07 - Mais distante que o futuro , por Felipe Schuery


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Me guiei pela frase: "A descoberta permite aos paleontólogos 'redesenhar' o mapa do ecossistema na América do Norte". a gente costuma dizer que "o que passou é passado, está morto" ou coisas do tipo, mas as pesquisas científicas deixam o passado dinâmico, nunca é o mesmo, sempre é retraçado pelas novas revelações. tentei levar essa idéia de "retraçar" para o arranjo, sobrepondo pinceladas do violão, como se todos os desenhos do mapa do ecossistema na América do Norte estivessem juntos no mesmo papel.


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mais distante que o futuro

constrói e desfaz
refaz e destrói
o teu passado hoje não é o de amanhã

descobre depois
omite ou esquece
o que passou está para sempre em mutação

memória que é falha
ciência que é paga
os interesses ditam as revelações

história que passa
ressurge distinta
o tempo escreve, apaga, traz renovações

o que passou pode estar mais distante que o futuro

2 comentários:

Júlia Machado disse...

Felipe, gostei muito da letra. Faz (re) pensar o olhar para o passado. "Memória que é falha / ciência que é paga / os interesses ditam as revelações" - Bom demais! O ritmo marcado, como relógio, máquina, ficou ótimo, dá uma sensação de processo. Talvez tenha faltado acontecer algumas rupturas nesse tempo. Silêncios, intervalos, pausas... A letra parece sugerir justamente uma quebra desse ritmo, assim como o passado, que se apresenta em cacos, vestígios, constantemente reencontrados e remontados. "O que passou está para sempre em mutação", talvez valha também para a música. Parabéns pelo seu trabalho sempre instigante!

. disse...

Opa, valeu, Julia. Poderia ter ficado legal esse lance dos silêncios, sim. Grudando mais a música com o conteúdo da letra. Valeu o toque!